O colóquio internacional A Belle Époque Brasileira – centrado num
período da vida política, social e cultural do Brasil muito importante,
mas quase desconhecido em Portugal – foi concebido inicialmente pelo
Grupo de Investigação 6 do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas
e Europeias (CLEPUL) e pela direção do Instituto de Cultura Brasileira, ambos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com o
fito de participar nas celebrações do centenário da referida Faculdade.
Tendo, entretanto, despertado o interesse das direções do Instituto
de Estudos Brasileiros da Faculdade de Letras da Universidade
de Coimbra, do Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e
do Centre de Recherche sur les Pays Lusophones, da Sorbonne Nouvelle/Universidade de Paris III, pode, graças a essas parcerias, não só
alargar-se no tempo e espaço português, mas ainda enriquecer o elenco
dos seus conferencistas, otimizando os seus limitados recursos financeiros e atraindo um público mais vasto e diversificado.
Muito honrosa para a Comissão Organizadora do Colóquio, a sua
extensão à Sorbonne Nouvelle, através do CREPAL, encontra justificação tanto no fato de ser a França a matriz primeira das formas culturais
mais representativas da Belle Époque, como na ligação de alguns investigadores daquele Centro ao Grupo de Investigação 6 do CLEPUL e cujo vínculo, pela primeira vez, se concretizou num evento promovido em parceria.
Na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa – sede primeira
e principal do evento – o colóquio integrou a exposição bibliográfica
intitulada João do Rio, um ícone da Belle Époque Brasileira, concebida pelas Professoras Doutoras Cláudia Poncioni e Virgínia Camilotti.
A centralização desta mostra na figura de um brasileiro tão representativo do período em causa teve como base a sua profunda ligação a
Portugal, onde esteve por diversas vezes e sobre o qual escreveu profusamente. Coube-lhe ainda partilhar com João de Barros a direção da
revista Atlântida, à época, um dos mais importantes veículos do relacionamento cultural entre o Brasil e Portugal. E foram justamente as
cartas enviadas por João do Rio a seu parceiro na editoria daquela revista e nunca antes exibidas em público o cerne da referida exposição,
concebida pelas duas investigadoras do CLEPUL já referidas, encarregadas também da preparação de uma edição anotada e comentada
dessas missivas.
A reunião académica foi complementada tanto em Lisboa – no Palácio Foz – como em Paris – Maison de Brésil, Cité Internationale
Universitaire – por um concerto, em que foram apresentadas, aos participantes e ao público em geral, músicas brasileiras da Belle Époque,
entre as quais se contam peças emblemáticas, composições inéditas,
raras, ou nunca antes gravadas. Tais canções fazem parte do CD intitulado FACEIRA que, lançado durante o colóquio, resultou da pesquisa para ele realizada pela soprano Luiza Sawaya – investigadora do
CLEPUL – e também por ela gravado com a colaboração de músicos
brasileiros e portugueses.
Projeto singelamente idealizado, mas valorizado e expandido pelo
contributo e financiamento de outras instituições e de figuras eminentes de diversos campos da cultura em Portugal, no Brasil e na França,
acabou por redundar num assinalável êxito, que ficou a dever-se, sobretudo, ao patrocínio oficial da Fundação para a Ciência e a Tecnologia,
através do FACC, sem o que a sua concretização não teria sido possível. São ainda de referir os patrocínios e apoios de vária natureza,
entre os quais os da Embaixada do Brasil em Portugal, de Órgãos de
Fomento da Pesquisa das Universidades Brasileiras, do Gabinete para
os Meios de Comunicação Social/Palácio Foz e da Biblioteca Nacional
de Portugal.
O alargamento do programa do evento para outros espaços de realização permitiu a inclusão dum maior leque de especialistas nacionais e
estrangeiros com comunicações que, excedendo um pouco as duas dezenas, estão na sua quase totalidade, reproduzidas no livro de atas, que
agora se publica em versão eletrônica, seja porque os recursos financeiros com que contou a Comissão Organizadora do colóquio não lhe
deixam outra possibilidade, seja porque através desta nova ferramenta
será possível chegar mais facilmente não só aos que dele participaram
e que se encontram dispersos por Portugal, pelo Brasil e pela Europa,
mas também a todos os que se interessam pelas temáticas nele abordadas.
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Ano do texto: 2025
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