Desde a Antiguidade clássica, a vinculação entre as diferentes artes não se constituiu um problema do fazer artístico. No século das Luzes, com o advento da Revolução Industrial e os novos procedimentos de formalização da matéria, a crise da arte se instaura desvelando questões que foram recolocadas até às vanguardas artísticas européias, como a síntese das artes. A idéia da síntese ou obra de arte total foi central na poética do Romantismo alemão. A síntese das artes é um tema que se configura na teoria da arte moderna, desde a sua formação iluminista até às vanguardas do início do século passado. O tema da síntese apareceu em diferentes poéticas modernas, com origens e entendimentos diferenciados.
O trabalho apresentado examina o problema da síntese das artes, entendida como dialética da separação das esferas artísticas a partir de suas especificidades, mas não como antitética. A noção de separação das linguagens artísticas analisada foi a formulada pelo crítico norte-americano Clement Greenberg, uma visão diferenciada da teoria européia, em um momento que se constituiu nos extertores da arte moderna em meados do Século XX, também chamado de último modernismo.
O recorte baseia-se na polêmica travada nos Estados Unidos na década de 1950, especificamente na cidade de Nova York, entre pintores norte-americanos, especialmente aqueles vinculados ao Expressionismo Abstrato, junto com os agentes do campo das Fine Arts versus o arquiteto Frank LLoyd Wright, autor do criticado projeto do Museu Solomon R. Guggenheim. O trabalho examina a noção de síntese das artes proposta pelo arquiteto, bem com as formulações greenbergianas sobre a pintura planar moderna, pontuando tanto as divergências entre as concepções arquitetônica e pictórica, quanto as similaridades existentes no âmbito da Arte Moderna norte-americana.
Palavras-chave: Síntese das Artes; Expressionismo Abstrato; Frank LLoyd Wright
Autores
Ano do texto: 2009
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