Há diferentes aspectos do espaço urbano que simplesmente não são
cobertos de modo adequado pelas estruturas de documentação baseadas na forma geométrica dos objetos. Ainda que esse tipo de documentação permaneça importante,uma reflexão crítica sobre seu emprego nas atividades de apresentação e interpretação da história e do patrimônio permite elaborar alternativas capazes de incluir aspectos simbólicos e mesmo subjetivos do espaço que são essenciais para a caracterização do lugar e para a transmissão dos valores patrimoniais.
O conceito de patrimônio, confrontado ao de história, aponta justamente para
a necessidade caracterizar o espaço patrimonial como essencialmente simbólico. Esse espaço é regido por códigos de comportamento que, ao condicionarem e incentivarem as possíveis ações, instituem um território e fomentam a criação subjetiva (e emocional) do lugar. É pela incorporação dessas regras que o visitante deixa de ser simplesmente informado da história e passa a ficar emocionalmente envolvido com o patrimônio.
Reside nessas restrições, portanto, a possibilidade de caracterização dos
espaços digitais. O ponto fundamental é a própria interface do aplicativo, ao definir, através das suas regras de manipulação do espaço digital representado, as características essenciais desse espaço. Exemplos de interfaces especificamente desenhadas para a representação de espaços simbólicos são encontrados na maioria dos jogos eletrônicos – e são de especial interesse aqueles que não dependem da visualização do ponto de vista do observador em tempo real, justamente por indicarem que o fotorrealismo de uma cena não é necessariamente o elemento mais importante para a imersão que resulta no engajamento do usuário com o ambiente digital. Este trabalho oferece um panorama conceitual sobre o tema, apontando para exemplos de aplicativos.
Palavras-chave: patrimônio virtual; jogos.
Autores
Ano do texto: 2010
Tags: jogos e patrimônio virtual/digital
Citação ABNT
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